Síndrome Coronária Aguda

A síndrome coronária aguda (SCA) é a primeira causa de morte no mundo e a principal causa de carga econômica em doenças em países de alta renda1.

O diagnóstico rápido e preciso é crítico porque se não for detectada uma SCA, pode ser fatal e uma intervenção a tempo melhora a resposta do paciente2,3

Síndrome coronária aguda

  • É a primeira causa de morte globalmente1
  • Cerca de 5 milhões de hospitalizações anuais na Europa e Estados Unidos4,5
  • Custo total anual: USD 270 bilhões na Europa e Estados Unidos4,5

Definição

A síndrome coronária aguda (SCA) é um termo geral para as condições causadas por um repentino bloqueio do fornecimento de sangue para o coração. É estabelecida uma faixa a partir de uma fase potencialmente reversível de angina instável (AI) a uma irreversível morte celular por infarto de miocárdio (IM) – seja um infarto de miocárdio por elevação de segmentos no-ST (NSTEMI) ou um infarto de miocárdio por elevação de segmentos ST (STEMI) (ver a tabela abaixo).

 

 
Características distintivas da síndrome coronária aguda*
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*Chart from bioMérieux clinical booklet, “Biomarkers in the management of cardiac emergencies”.
Adapted from Bassand JP, Hamm CW, Ardissino D, et al. Guidelines for the diagnosis and treatment of non-ST-segment elevation acute coronary syndromes. Eur Heart J. 2007;28:1598-660.

 

AI, NSTEMI e STEMI têm uma origem fisiopatológica em comum relacionada à doença arterial coronária aterosclerótica (EAC), caracterizada por placas nas paredes das artérias que levam sangue para o coração. Uma erosão ou ruptura dessas placas levam à formação de um trombo que bloqueia o fluxo de sangue ao coração, privando-o de oxigênio e levando à necrose miocardial (morte dos tecidos no músculo do coração).

 

Diagnóstico

Suspeita-se SCA quando uma pessoa tem sintomas, especialmente dor no peito, especialmente quando eles têm também conhecidos fatores de risco como hipertensão arterial, excesso de peso ou histórico familiar.

Pacientes que apresentem sinais de SCA podem apresentar:

  • Dor, como a pressão, aperto ou uma sensação de queimação no peito com possível irradiação para o pescoço, mandíbula ou qualquer um dos 2 braços
  • Palpitações
  • Sudoração
  • Náuseas
  • Dispneia (dificuldade para respirar)
  • Sonolência ou vertigem
     


Causas da dor no peito

 

Um diagnóstico rápido e preciso é crítico porque o infarto de miocárdio (IM) requer intervenção imediata e o prognóstico melhora significativamente com um tratamento rápido3. O entanto, isto nem sempre é fácil porque os sinais são muito variados. Além disso, também há muitas outras causas para a dor no peito que não são SCA (ver tabela). De fato, 8 de cada 10 pacientes que chegam à emergências com sintomas semelhantes aos de SCA, resultam não ter SCA2
 


Abordagem para o diagnóstico e estratificação do risco de SCA*
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*Chart from bioMérieux clinical booklet, “Biomarkers in the management of cardiac emergencies”.
Adapted from ESC Guidelines: Bassand JP, Hamm CW, Ardissino D, et al. Eur Heart J. 2007;28: 1598-660; Hamm CW, Bassand JP, Agewall S, et al. Eur Heart J. 2011;32:2999-3054

 

Realizando um eletrocardiograma (ECG) e com a medição de um biomarcador de necrose cardíaca (troponina cardíaca), os médicos podem realizar um diagnóstico de SCA, e também distinguir estas doenças entre três categorias: angina instável (AI), infarto de miocárdio por elevação de segmentos no-ST (NSTEMI) e infarto de miocárdio por elevação de segmentos ST (STEMI). Uma avaliação da estratificação do risco baseado nestes ensaios é importante determinar o tratamento adequado.

  • Um ECG pode identificar aproximadamente 1/3 dos pacientes com SCA com elevação persistente do segmento ST (STEMI).
  • A troponina cardíaca I e T (cTnI, cTnT) são biomarcadores que ajudam a distinguir 2/3 dos pacientes com ACS sem elevação do segmento ST (AI ou NSTEMI)
    • A troponina cardíaca é o biomarcador de necrose cardíaca preferido enquanto CK-MB é uma alternativa aceitável quando cTn nã estiver disponível7
    • Medições em série de cTn (ao chegar e depois de 6 horas) é requerida em pacientes sem elevação do ST no ECG7

Testes de marcadores cardíacos sensíveis e específicos com rápidos resultados são essenciais para uma avaliação global do risco e tratamento de todos os pacientes que apresentam SCA.
 

Saiba mais sobre os Marcadores Cardíacos para SCA
 

Prevenção/Tratamento

Prevenção

Existem vários fatores de risco conhecidos para SCA, incluindo:

  • Hipertensão
  • Colesterol alto
  • Sobrepeso
  • Tabagismo
  • Diabetes
  • Histórico familiar de infartos e mal súbito
  • Idosos

A prevenção da SCA começa com uma vida saudável e, por vezes, medicação para diminuir os fatores de risco. Algumas das coisas que você pode fazer incluem:

  • Dieta balanceada e saudável
  • Manter um peso saudável
  • Exercício físico moderado
  • Controle da diabetes
  • Tomar medicação por prescrição médica para tratar riscos como hipertensão, colesterol alto e diabetes
     

Tratamento

A distinção entre categorias SCA - STEMI, NSTEMI ou AI , bem como uma avaliação do potencial de resultados adversos é clinicamente importante e orienta a decisão no momento, o tipo e a intensidade da intervenção terapêutica. Para este fim, um valor de estratificação do risco é determinado através da realização de uma integração de ECG, dados clínicos e testes com marcadores cardíacos.

  • A STEMI é uma emergência grave e deve ser tratada com reperfusão imediata, abrindo as artérias bloqueadas para restaurar o fluxo sanguíneo para o coração. Quanto mais cedo isso for feito, a probabilidade de uma melhor recuperação do paciente aumenta. Após estabilizado, o tratamento visa evitar a reincidência.
  • AI e NSTEMI são emergências e tratamento inicial é destinado a estabilizar a isquemia cardíaca - restabelecer o fluxo sanguíneo para o coração. Geralmente, AI exige um tratamento não invasivo, enquanto NSTEMI requer um tratamento de de invasão precoce. Além de aliviar a dor, a finalidade é prevenir a progressão.
  • A medicação, que pode ser usada em diferentes combinações, imediatamente e/ou depois, para tratar SCA inclui:
    • Drogas antitrombóticas (aspirina, clopidogrel, heparina)
    • Analgésicos
    • Trombolíticos em caso de bloqueio completo (STEMI) e de não disponibilidade de angioplastia/stent dentro dos 90 minutos
    • Nitratos para ampliar vasos sanguíneos estreitos (vasodilatação)
    • Beta-bloqueantes para diminuir o ritmo cardíaco, pressão sanguínea e contractilidade
    • Inibidores de enzima conversora de angiotensina (ECA) para vasodilatação e diminuição da pressão sanguínea
    • Estatinas para baixar o colesterol
  • Cirurgias para SCA (seja em emergência ou posterior para prevenir recorrência) incluem os seguintes procedimentos de revascularização:
    • Intervenção coronária percutânea (ICP): angioplastia e colocação de stent para abrir a artéria bloqueada

Guias

STEMI

  • ESC Guidelines for the management of acute myocardial infarction in patients presenting with ST-segment elevation
    Steg, Ph. G. et. al. The Task Force on the management of ST-segment elevation acute myocardial infarction of the European Society of Cardiology (ESC). Eur. Heart J. 2012; 33, 2569–2619. Guidelines_AMI_STEMI.pdf
  • 2013 ACCF/AHA guideline for the management of ST-elevation myocardial infarction: a report of the American College of Cardiology Foundation/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines.
    O'Gara PT, Kushner FG, Ascheim DD, et al. J Am Coll Cardiol. 2013;61:e78-140.

UA/NSTEMI

  • ESC Guidelines for the management of acute coronary syndromes in patients presenting without persistent ST-segment elevation
    Hamm CW, Bassand JP, Agewall S, et al. The Task Force for the management of acute coronary syndromes (ACS) in patients presenting without persistent ST-segment elevation of the European Society of Cardiology (ESC). Eur Heart J. 2011; 32 2999-3054
  • 2011 ACCF/AHA focused update incorporated into the ACC/AHA 2007 Guidelines for the Management of Patients with Unstable Angina/Non-ST-Elevation Myocardial Infarction: a report of the American College of Cardiology Foundation/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines developed in collaboration with the American Academy of Family Physicians, Society for Cardiovascular Angiography and Interventions, and the Society of Thoracic Surgeons.
    Wright RS, Anderson JL, Adams CD, et al. J Am Coll Cardiol. 2011;57:e215-367.

 

Universal Definition of Myocardial Infarction

  • Third universal definition of myocardial infarction.
    Thygesen K, Alpert JS, Jaffe AS, Simoons ML, Chaitman BR, White HD; Joint ESC/ACCF/AHA/WHF Task Force for the Universal Definition of Myocardial. Eur Heart J. 2012;33:2551-67.

     

Cardiac Biomarkers

  • National Academy of Clinical Biochemistry and IFCC Committee for Standardization of Markers of Cardiac Damage Laboratory Medicine Practice Guidelines: analytical issues for biochemical markers of acute coronary syndromes.
    Apple FS, Jesse RL, Newby LK, et al. Clin Chem. 2007;53:547-51.
  • National Academy of Clinical Biochemistry Laboratory Medicine Practice Guidelines: clinical characteristics and utilization of biochemical markers in acute coronary syndromes.
    Morrow DA, Cannon CP, Jesse RL, et al. Clin Chem. 2007;53:552-74.
  • Recommendations for the use of cardiac troponin measurement in acute cardiac care. Thygesen K, Mair J, Katus H, et al. ; Study Group on Biomarkers in Cardiology of the ESC Working Group on Acute Cardiac Care. Eur Heart J. 2010;31:2197-204.

 

REFERÊNCIAS

  1. Lopez AD, Mathers CD, Ezzati M, et al. Global and regional burden of disease and risk factors, 2001: Systematic analysis of population health data. Lancet. 2006; 367: 1747-57.
  2. Pope JH, Aufderheide TP, Ruthazer R, et al. Missed diagnoses of acute cardiac ischemia in the emergency department. N Engl J Med. 2000; 342: 1163-70.
  3. Nallamothu BK, Bradley EH, Krumholz HM. Time to treatment in primary percutaneous coronary intervention. N Engl J Med. 2007;357:1631-8.
  4. Go AS, Mozaffarian D, Roger VL, et al.; American Heart Association Statistics Committee and Stroke Statistics Subcommittee. Heart disease and stroke statistics--2013 update: a report from the American Heart Association. Circulation. 2013;127:e6-e245.
  5. Nichols M, Townsend N, Luengo-Fernandez R, Leal J, Scarborough P, Rayner M (2012). European Cardiovascular Disease Statistics 2012. European Heart Network, Brussels, European Society of Cardiology, Sophia Antipolis.
  6. Libby P.Mechanisms of acute coronary syndromes and their implications for therapy. N Engl J Med. 2013;368:2004-13.
  7. Thygesen K, Alpert JS, Jaffe AS, Simoons ML, Chaitman BR, White HD; Joint ESC/ACCF/AHA/WHF Task Force for the Universal Definition of Myocardial. Third universal definition of myocardial infarction Eur Heart J. 2012;33:2551-67.

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